sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Fanfiction: "Rain"


Aconselho que o leitor(a) acompanhe 
a estória com a seguinte trilha:



OBRIGADA! E boa leitura <3

"Chuva"

Todos os dias me encontro neste quarto vazio e frio. Sinto que minha vida se esvai silenciosamente. Quando olho na janela observo as pessoas correrem de um lado para o outro. Porque tanta pressa?

Talvez eu saiba responder, pois esta mesma pressa faz parte da minha vida. Corro, corro e corro. Cumpro com meus compromissos e não deixo nada para trás. Odeio atrasos e exijo ordem dos que estão a minha volta. Por causa desta correria louca decidi viajar para longe e tentar esfriar a cabeça. Mas infelizmente não deu certo. Nada aconteceu como planejei e para piorar me sinto mais sozinho.

Tenho muitos que me servem dia e noite, mas de que adianta isso se o que mais desejo parece nunca estar ao meu alcance!?

Me sinto a pessoa mais isolada do mundo e realmente estou assim. Gostaria de viver a liberdade que todos vivem, mas não posso. Gostaria de ir a muitos lugares, mas sou impedido. Se vou, tenho que levar comigo uma tropa de homens prontos à dar a vida por mim em qualquer circunstância.

Estou cansado... Estou entediado... Estou chorando... Estou sem saída e esperanças.

Quando tudo começou lá em minha pequena cidade nunca imaginei que passaria dias assim como estou hoje. Sonhei tanto com esta vida que levo que me esqueci completamente de medir suas conseqüências. Fui mais um tolo que se vislumbrou com as luzes de Hollywood. Você acha que estou maluco por falar assim? Que sou ingrato?.

Tenha certeza que não sou. Agradeço a Deus por todas as oportunidades que ele me deu. Agradeço por tudo mesmo, de verdade!. Mas agora estou atravessando um deserto interior e Ele sabe muito bem como me sinto agora. Rogo que Ele me dê forças para sair da penumbra deste quarto frio de hotel.

Levanto da cama e me arrasto novamente até a janela. Encosto minha cabeça no vidro e rogo com mais força por ajuda.

"Senhor... Me ajuda!! Porque me sinto tão sozinho? Me diz!. Acaso cometi pecado tão grave a ponto de merecer tal castigo?. Se o fiz perdoa-me... Perdoa-me, por favor!. Estou sem forças e só havia uma coisa nessa terra que ainda me fazia querer viver. Mas até isso está sendo tirado de mim. Porque meu Deus? Porque?."

Começo a chorar. Do lado de fora o céu partilhava da minha dor. Sua cor era cinza e as nuvens em tons mais escuros do que o firmamento começavam a derramar grossas gotas d’água. As gotas tocam com força na vidraça e correm, ao mesmo tempo minhas lágrimas também lavavam meu rosto. A intensidade da chuva mistura-se ao peso que carrego no peito. Numa comunhão de angustias o céu também chorava comigo.

Seria este um sinal divino à me mostrar que não estou só?

Não sei. Neste momento só consigo me entregar. A dor é tamanha que não suporto ficar de pé. Escorrego devagar para o chão e sento abraçado a minhas pernas como uma criança que fora abandonada ainda pequena.

Fiquei assim por horas a fio. Chorei tanto que acabei adormecendo no chão apenas sob um tapete.

Quando despertei a chuva ainda caia, mas estava mais fraca, exatamente como eu me encontrava por dentro. O ato de expor aquela dor interna e daquela maneira fez-me mais leve.

Levantei dali e diante do espelho passei a mão pelo rosto e o limpei. Minha expressão era de alguém que havia sido massacrado e sobrevivido de uma dura batalha.

O céu começava a dissipar sua aparência triste e abriu-se devagar. As nuvens já não tinham a mesma forma, estavam leves assim como eu e branqueavam cada vez mais.

O Sol. Ele não apareceu mais eu sabia que estava lá porque seus raios iluminaram o quarto e um deles até atingiu minha fronte assim que saí do banheiro.

Sentei na cama e observei a metamorfose que acontecia diante de mim.

Lentamente vi nascer cores. Sim, cores distintas que iam tomando forma e reluzindo mais e mais. De repente de uma ponta a outra se formou um fantástico e lindo arco-íris. Então um sorriso bobo abri. E no meu intimo agradeci por tamanho privilegio de assistir este belo espetáculo.

Alguém lá nos céus me mostrava através da natureza que por mais terrível e tenebroso o sofrimento “a chuva” possa parecer; maior ainda será o arco-íris.



Texto Baseado na canção "Stranger In Moscow"
Escrito por: M.Jackson

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